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Toscana: uma volta em San Gimignano, Volterra e Monteriggioni

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Nossa passagem pela Toscana foi uma parte muito especial da viagem pela Itália. No total ficamos apenas dois dias e ao chegar a hora de partir ficamos com gostinho de quero mais. Por mais que antes de chegar na parte rural, já tivéssemos ficado por 3 dias em Florença (que também faz parte da Toscana), não há basicamente nada em comum entre Florença e a vida rural Toscana.

Nós chegamos na região no dia 04/05/2015 e fomos embora no dia 06/05/2015 pela manhã.

A chegada a Toscana

Em Florença pegamos um carro e seguimos em direção a Abbadia Isola, que é uma fração da comuna de Monteriggioni e que fica no meio de uma plantação de girassóis. Como já era de se esperar, nessa época do ano os campos ainda não estavam floridos, ainda que estivessem muito bonitos.

Ainda no Brasil, meses antes da viagem já havia reservado o carro e não me arrependo disso. Esta é sem dúvida a melhor maneira de conhecer a Toscana. Como muitas comunas são isoladas e não tem estação de trem, o carro se torna a melhor opção na hora de circular e não perder tempo viajando de ônibus ou fazendo baldeações nas estações de trem.

O carro foi alugado pelo site da Auto Europe e a locadora escolhida foi a Maggiore. Nosso carro foi um Toyota Ayris, que faz parte da categoria econômica e nos atendeu muito bem. O carro era automático e híbrido, então até uns 20km/h ele funcionada como elétrico e depois entrava a gasolina.

Toyota Ayris
Toyota Ayris

Hospedagem

Um espetáculo a parte foi o local que escolhemos pra ficar. Pelo AirBnb encontramos uma casa maravilhosa na Abbadia Isola. O local tem uma área enorme com um bonito campo gramado, uma piscina e junto a ela uma área de convívio com algumas mesinhas e cadeiras.

A arquitetura e a decoração do local fizeram parecer que estávamos na Europa de séculos atrás. Nossa casa tinha uma suíte, um quarto, uma sala grande e mais um banheiro. Muitas coisas eram feitas de pedra e contavam com móveis e objetos rústicos.

Nossa anfitriã, Sara, nos recebeu muito bem e nos deixou bem confortáveis no local. Recomendo a hospedagem no local. Voltaria a ficar lá facilmente. Na página do AirBnb é possível conferir todos os detalhes e fazer a reserva.

Imagem do local onde estivemos hospedados.
Vista geral do local que nos hospedamos.
Imagem com a vista da nossa casa.
Nossa casinha, de número 16.

Após deixarmos as bagagens em nossa casa, seguimos em direção a Castellina Scalo, que é outra fração de Monteriggioni e onde existe o supermercado mais perto, o Coop. Lá aproveitamos pra comprar algumas coisas para preparar nosso jantar pelo próximos dois dias.

No caminho em direção a Castellina, tivemos que parar pra almoçar, pois a fome já estava absurda. Seguimos a recomendação da Sara e fomos ao restaurante Bar dell’Orso, que fica bem na entrada da estrada que dá acesso a Monteriggioni. Comida gostosa e atendimento bom.

Prato do meu almoço.
Que saudade dessa massa fresca italiana.

Monteriggioni

Após o almoço seguimos para dentro das muralhas de Monteriggioni. Fundada por volta de 1214, a comuna foi construída no topo de uma colina e tinha papel fundamental na guerra entre Siena e Florença, pois fica a 7km a diante de Siena.

Tudo em Monteriggioni é muito conservado e já ao chegar perto das muralhas é possível sentir o clima medieval que cerca o entorno. Ao todo são 14 torres de pedra e duas portas de entrada que fizeram dela uma fortaleza de grande importância na época dos ataques florentinos. A área dentro das muralhas é muito pequena, então não foi necessário muito tempo pra conhecer cada canto da fortaleza.

No local existem muito poucos comércios e todos são voltados para o turismo, então lá é possível comer e comprar vinhos, azeites, peças de decoração e outros itens pra guardar de lembrança.

Conhecemos algumas lojas, compramos alguns vinhos e também fizemos o passeio por cima das muralhas. O ingresso foi muito barato e a vista vale muito a pena, pois é possível ter uma visão como nas épocas medievais, quando os soldados observavam os inimigos já de longe.

Vista dos campos Toscanos.
Vista panorâmica de cima das muralhas.

Ao final da nossa visita, já com o sol se pondo, seguimos de volta para nossa casa e aprontamos o jantar.

A surpresa ficou por conta do aquecedor da água do banho. Como não sabíamos que a água tinha que ser pré-aquecida em uma área fora do banheiro, ficamos meio perdidos e com a ajuda da Sara tudo se resolveu. Só tinha o porém do aquecedor só conseguir esquentar um volume de água por vez. Como eu tomei banho primeiro, a Juliana acabou tendo que tomar um banho muito gelado. Confesso que fiquei com pena dela.

San Gimigano e Volterra no segundo dia

O nosso segundo dia foi destinado a conhecer as estradas e as comunas de San Gimignano e Volterra. Logo pela manhã nós acordamos, comemos alguma coisa em casa mesmo e pegamos a estrada em direção a San Gimigano.

Para traçar as rotas eu utilizei o aplicativo Here Maps, desenvolvido pela Nokia e com versões para Android e iOS. Para mim o maior benefício dele foi poder fazer o download do mapa de toda a Itália e fazer consultas ao mapa e traçar as rotas mesmo estando offline. Todas as rotas foram bem certeiras e não tivemos nenhum problema com ele.

Abaixo segue a rota que fizemos na ida e na volta:

San Gimignano

Ao chegar em San Gimignano circulamos as muralhas de carro até encontrar um estacionamento com vagas mais acessíveis. São vários estacionamento do lado de fora das muralhas e até onde entendi, somente veículos autorizados podem entrar pelos portões. Tudo isso para preservar a estrutura e diminuir a poluição visual da comuna.

Na parte interna de San Gimignano é tudo espetacular. Os edifícios se mantém muito bem conservados e a estrutura como um todo parece que parou no tempo. O local é tido como uma jóia arquitetônica da era medieval. Embora hoje só existam 14 torres na cidade, no seu auge já contou com 72 torres construídas pelas famílias da época. As torres eram uma forma de manter o status das famílias, pois quem tinha a maior torre possuía maior respeito.

Ficamos andando pela cidade durante a parte da manhã até o horário do almoço. Aproveitamos para conhecer algumas ruas, visitamos algumas lojas, compramos algumas lembranças e na hora do almoço escolhemos um restaurante pra ficar. Nosso almoço foi no restaurante La Biscondola, que fica próximo ao centro comercial. A comida estava boa e o atendimento foi razoável.

Depois do almoço pegamos o carro e seguimos viagem para Volterra.

Volterra

O caminho para Volterra é feito por estradas bem conservadas e com muitas curvas. São subidas, descidas e curvas o tempo todo. É difícil pegar uma grande reta até a cidade. No caminho acabamos passando por um local chamado Podere Casanova (em italiano, Fazenda Casanova). Casanova é o sobrenome da Juliana e na hora foi só alegria. Decidimos passar e parar no local na hora de volta.

Ao chegar em Volterra nos deparamos com mais uma jóia arquitetônica muito bem preservada. Assim como San Gimignano, Volterra se mantém com aquela áurea de cidade medieval e cada detalhe ajuda a reforçar ainda mais essa sensação. Mesmo na primavera e com um sol que fazia um calorzinho, o interior dos edifícios feitos de pedra estava sempre muito frescos e as pedras se mantinham frias. Dessa forma o clima se mantinha sempre muito agradável.

Como Volterra também fica no alto de uma colina, lá de cima é possível avistar uma toscana muito gramada, com muitas colinas e um horizonte belíssimo. Em Volterra ficamos andando pela cidade até umas 17h e depois pegamos a estrada de volta pra casa.

Na volta passamos novamente pela Podere Casanova e paramos pra conhecer o local. Na entrada fomos recebidos por um senhor muito simpático e consegui me comunicar bem, apesar do meu italiano arcaico. Segundo ele, uma parte da família Casanova estava no Brasil, na região de Caxias do Sul. Aproveitamos pra comprar alguns vinhos e azeites produzidos por eles antes de seguir viagem até nossa casa.

Placa da Podere Casanova
A maior da surpresa das estradas. Uma família Casanova!

Resumo

A parte rural da Toscana é um local indispensável para quem estiver passando pela região. Viajar pelas estradas é a oportunidade de conhecer uma Itália medieval com uma arquitetura que ficou parada no tempo, além de poder degustar vinhos e desfrutar das vinícolas (que são muitas pelas estradas). Se não tivéssemos com nosso tempo comprometido, teríamos ficado pelo menos mais um ou dois dias para conhecer melhor e com mais calma as outras comunas da região.

Pra quem é fã de Crepúsculo, uma parte da saga se passa na comuna de Volterra, onde moram os Volturi. No entanto a comuna de Moltepulciano foi utilizada para as cenas do filme.

Outra curiosidade é quanto aos jogos Assassin’s Creed II e Assassin’s Creed Brotherhood, que tem a comuna de Monteriggioni como um dos cenários do game.

Gastos da viagem

  • Hospedagem (duas diárias) = U$ 185
  • Almoço em Monteriggioni = €20,70
  • Almoço em San Gimignano = €19,80
  • Aluguel do carro (duas diárias) = €93
  • Seguro adicional para o carro = €47
  • Combustível (gasolina) = €26,53 (o litro estava custando €1,54)
  • Estacionamento em Monteriggioni = €2
  • Estacionamento em San Gimignano = €3
  • Ingresso para as muralhas de Monteriggioni = €4 (para duas pessoas)
  • Supermercado = €8,90
  • Gelatos = €7,40
  • Doce em San Gimignano = €2,50
  • Vinhos e Azeites = €73,70

TOTAL EM EUROS = €308,53
TOTAL EM DÓLARES = U$185

Diego Faria

Carioca e apaixonado por viagens, já visitei mais de 25 países, e desde 2017 moro no exterior. Morei em Dubai por 3 anos e desde 2020 moro e trabalho em Berlim.

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